Review – Amazing Spider-Man Omnibus by JM Straczynski Volume 1
Review – Amazing Spider-Man Omnibus by JM Straczynski Volume 1: Olá, amigos do Popsfera! Scatro na área novamente, começando a cumprir a promessa feita na minha primeira coluna (que vocês podem conferir aqui). Demorou, mas vamos começar essa grande jornada: fazer o review dos busões do Aranha. Começando por Amazing Spider-Man Omnibus by J. M. Straczynski Volume 1 (ou em bom português “Busão do Strazas V1”).
Strazas assumiu os roteiros da revista The Amazing Spider-Man em 2001, a partir da edição 30 do volume 2, após o término do run de Howard Mackie nas revistas Amazing e Peter Parker, que estavam em um péssimo momento. A título de curiosidade, quem assumiu os roteiros da Peter Parker após a saída de Mackie foi Paul Jenkins.
Strazas era mais conhecido na época por ter escrito e produzido a série Babylon 5, bem como pelo seu trabalho com a Image, nas séries Rising Stars e Midnight Nation. Na época houve muita expectativa pela sua estreia, pois os materiais citados eram muito bons.
Na parte dos desenhos, Strazas vem bem acompanhado por John Romita Jr. (o Romitinha) e do brasileiro Mike Deodato (na época se inspirando em Hollywood para desenhar alguns personagens; vamos falar disso mais adiante).
Este primeiro busão contém as edições Amazing Spider-Man (vol. 2) #30–58; Amazing Spider-Man #500–514 e 509 Director’s Cut. Não se assustem com a numeração esquisita. Na época a Marvel resolveu voltar com a numeração da revista Amazing Spider-Man como se ela não tivesse sido zerada para o Volume 2. Então o que seria a edição 59 do Volume 2 foi publicada como a edição 500 e seguiu essa numeração daí em diante.
Strazas já começa polemizando, mexendo na cronologia e apresentando a teoria do Aranha “MYSTYKO e TOTÊMYKO” (alô, Canibal). Que a Aranha que picou Peter queria passar o poder para ele, e não que ele virou o Aranha acidentalmente, devido à radiação. Essa teoria se desenvolve durante boa parte do Busão, com novos inimigos aparecendo com origem mística e participação do Doutor Estranho e Loki em algumas histórias. No primeiro arco, Peter conhece Ezekiel, que possui os mesmos poderes que ele, e o avisa que em breve ele será atacado. O Aranha enfrenta o primeiro desses inimigos, Morlun, em um grande quebra-pau que dura várias edições. Depois ainda enfrentaria Shatra e o Gatekeeper. No final de todo o arco TOTEMYKO, Ezekiel se sacrifica para salvar Peter do Gatekeeper.
Strazas também traz o Aranha com tramas mais “pé no chão”, fazendo Peter voltar a trabalhar como professor na escola onde ele estudou quando era adolescente, se envolvendo, assim, com a vida de alguns dos seus alunos. Enquanto isso, Mary Jane está em Los Angeles, tentando a carreira de atriz (ela e Peter estavam dando um tempo, consequência do final da fase de Howard Mackie). Outra grande mudança foi que a Tia May descobre que Peter é o Aranha. Essa descoberta rende uma das melhores histórias do Busão, onde ela e Peter têm uma conversa franca sobre seus sentimentos e segredos.
Aqui também temos a edição relacionada aos ataques de 11 de Setembro, que nos rendeu um dos “grandes” momentos dos gibis: uma página com Wilson Fisk (o Rei do Crime) Magneto e Dr. Destino lamentando sobre o acidente. Digo “grandes” pois essa página gerou uma certa polêmica: todos eles já mataram pessoas e não teria muito sentido eles estarem ali. Ainda mais o Dr. Destino CHORANDO. Ele estar puto pela covardia do ataque eu até concordo, mas chorar já é exagero. Afinal ele é um ditador no país dele. O Rei do Crime, até por sua “linha de trabalho” pode não ter matado ninguém pessoalmente (e eu realmente não me lembro de ter alguma história com isso acontecendo), mas com certeza foi mandante de várias mortes. Magneto nem vou comentar muito, mas tem a clássica história do submarino russo. Depois foi julgado e tal, mas matou a sangue-frio. De qualquer forma, o único que, na minha opinião, deveria estar ali puto com o ocorrido seria o Rei, pois ele mora na cidade e teria razões para isso.
Não posso deixar de comentar sobre a história do “Dr. Tosctopus”, que apesar de nos um belo quebra pau e mais um momento “Aranha embaixo dos escombros”, não deixa de ser um ponto baixo. Não pela história em si, mas pelo próprio “Dr. Tosctopus” e seus tentáculos canivete suíço. Personagem tão sem vergonha que sumiu e nunca mais voltou (ainda bem).
Após o desfecho de todo rolo do Aranha “TOMEMYKO”, o busão termina com mais uma história que gerou controvérsias, Pecados Pretéritos. Aqui Strazas mexeu num vespeiro, pois fez um retcon em cima da Gwen Stacy, a eterna namorada de Peter Parker. A Mary Jane pode ser a MULHER DE VERDADE como dizem alguns, mas Gwen sempre vai ser a primeira, sabem como é (eu sei que tem a Betty Brant, mas sinceramente, ninguém lembra dela). “E que raio de vespeiro foi esse?”, vocês me perguntam. O coitado do Peter leva um par de chifres. Simplesmente o Strazas pega e diz que Gwen transou com Norman Osborn (gerando outro “grande” momento dos gibis). Não contente com isso, ele ainda faz com que ela engravide. Não contente, ele diz que a Mary Jane sabia. Não contente, diz que Gwen estava grávida de gêmeos que, graças a fórmula do Duende, tiveram seu crescimento acelerado. Aí eles voltam querendo vingança, pois acham que o Peter é seu pai e que ele os abandonou. A história em si nem é ruim, o problema é a ideia de JERICO de fazer um arco desses. É tudo meio jogado, o motivo da transa então, pelamor. Enfim, depois desse arco, saiu um outro na revista Peter Parker contando mais sobre o passado dos gêmeos. Desde então, ambos estão no limbo editorial. Caso você tenha curiosidade em ler isso, saiu em Peter Parker (V2) 23-26, aqui no brasil em Homem-Aranha (primeira série) 51 e 52.
Como eu disse anteriormente, nessa história o Deodato se inspirou em Hollywood para desenhar alguns personagens. Temos o Osborn “Tommy Lee Jones” (aqui nem tanto, mas em Dark Avengers tá igualzinho), um “Robert DeNiro” diretor da peça que Mary Jane está atuando, “Robert Redford” inspetor de polícia. Mas de qualquer forma, Deodato mandou muito bem. Posso estar enganado, mas acho que foi aqui que ele começou a desenhar nesse estilo mais “realista”. Procurem pelos desenhos dele nos anos 90 e verão a diferença.
Romitinha também estava MOENDO nos desenhos nessa época, embora desses umas escorregadas feias as vezes, mas 95% do tempo está muito bem.
Ao final do Busão, várias páginas de estudos de personagens e a edição 509 Director’s Cut, que traz o roteiro completo da edição.
Caso você tenha gostado do review e tenha curiosidade em ler esse material em português, boas notícias. A Panini está lançando uma coleção contendo exatamente essa fase e as duas primeiras edições já estão disponíveis. O nome da coleção é Marvel Saga e você pode conferir os detalhes clicando aqui.
No link, além dos detalhes da coleção, há também a listagem de onde foram publicadas/republicadas as histórias aqui no Brasil, caso você queira correr atrás nos sebos. Agradecimentos ao companheiro Daniel Grégio, que fez o review da coleção e me poupou o trabalho de ver onde as edições foram publicadas.
Em breve o review do segundo, e último, busão do Strazas. Até lá! O que acharam da análise Review – Amazing Spider-Man Omnibus by JM Straczynski Volume 1? Deixe seu comentário!
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