Discovery Impala – Um carro SOBRENATURAL

Introdução

Discovery Impala – Um carro SOBRENATURAL: Aos queridos leitores deste site, estamos inaugurando uma nova editoria, a Popgear. Trata-se de uma área na qual publicaremos matérias relacionados a carros, motos ou até mesmo caminhões que fazem parte do imaginário e cultura pop.

E como podemos inaugurar uma área de carros da popsfera sem falar do mais famoso carro dos seriados? Aproveitando que SUPERNATURAL está em sua última temporada, resolvemos fazer um “Discovery” sobre o Impala.

Atire a primeira pedra quem nunca quis ou sonhou estar no banco de motorista do Impala de Sobrenatural? Carro onde Dean e Sam realizam a maior parte das caçadas e dito por Chuck (Deus na série) como a peça mais importante do universo.

Portanto, continue conosco. O texto a seguir é de um de nossos colaboradores: Alessio Dobrillovich. Ligue bem alto o som em Carry On My Wayward Son do Kansas e curta a história desse ícone americano. Leia abaixo a análise Discovery Impala – Um carro SOBRENATURAL:

Puyol Miranda

Discovery: IMPALA

O Mercury Cougar, foi um dos carros que impactou a minha infância. Mas teve um outro carro americano que foi o primeiro a me impressionar: o Chevrolet Impala, que visual! E aquela traseira de 6 lanternas! A mini a seguir foi que me motivou a comprar pela primeira vez o combo de 5 da Hotwheels.

O Chevrolet Impala é um dos carros mais famosos dos Estados Unidos.

O que fez a Chevrolet ter tanto sucesso com o Impala, um modelo que já vendeu mais de 13 milhões de unidades? Quais eram as suas principais características e quais os motivos por trás de um desejo tão forte dos americanos por esse carro?

A chegada oficial do Impala ocorreu em 1957, já como modelo 1958, e ela veio inicialmente como um Bel Air Impala. Ou seja, essa história de sucesso começou com uma versão especial de um modelo já existente. Nessa época, o público podia escolher entre as opções conversível ou com teto rígido (hardtop).

Na verdade, esse modelo veio junto com vários outros para marcar o aniversário de 50 anos de produção da General Motors. Vários modelos foram introduzidos, para cada marca, incluindo Cadillac Eldorado Seville, Buick Roadmaster Riviera, Oldsmobile Holiday 88, Pontiac Bonneville Catalina e o próprio Chevrolet Bel Air Impala.

Visualmente, o Impala trazia muitos pontos altos, que viravam a cabeça dos americanos por onde ele passava. Seu conjunto óptico tinha dois pares na frente e seis lanternas, o que o diferenciava de outros modelos da marca.

No total, a primeira geração do Impala teve 55.989 conversíveis e 125.480 cupês produzidos, representando 15% do que a Chevrolet colocou nas ruas na época.

Depois de vendas iniciais mornas, o Impala foi convencendo o público e ajudou a Chevrolet a recuperar a liderança nos Estados Unidos. Mas foi em 1959, em sua segunda geração, que ele realmente se impôs frente à concorrência.

Isso aconteceu quando a Chevrolet decidiu fazer dele um modelo de acabamento próprio, e não mais uma versão do Bel Air.

Assim, o Impala passou a ser o carro top da marca, ganhando novidades visuais que marcariam sua história e estando disponível nas versões sedã, cupê, perua e conversível.

Entre os equipamentos, o Impala tinha apoio de braço dianteiro e traseiro, relógio, janelas com manivela e os opcionais bancos com ajustes elétricos em seis posições e uma espécie de regulador de velocidade, que emitia um som caso o motorista a ultrapassasse. Os motores 3.9 de seis cilindros em linha, 4.6 V8 e 5.7 V8, com potência variando entre 185 cv e 335 cv.

O visual do Impala é apreciado até hoje, mas os designers da marca perceberam na época que algumas mudanças eram necessárias. Com grande influência da NASCAR, que fazia cada vez mais sucesso entre os norte-americanos, o Impala ganhou a versão esportiva SS. Foi o primeiro modelo a receber essa designação, viva até hoje na linha da Chevrolet.

Entre os principais diferenciais, o Impala SS perdia a alavanca de câmbio na coluna de direção para dar lugar ao montado no assoalho, como nos carros de corrida. Os motores, é claro, eram todos V8, variando entre 305 cv e 360 cv.

Como em qualquer outro modelo com uma vida tão longa, o Impala mudou bastante seu visual no decorrer das gerações. Mas talvez a principal mudança tenha ocorrido no meio da década de 1960.

O público passou a apreciar modelos mais limpos, com desenho mais sóbrio e elegante. A Chevrolet correu para adaptar o Impala a essa tendência, e isso acabou sendo um divisor na história do modelo.

Tanto é que 1964 é o último ano procurado por quem deseja um Impala clássico nos dias de hoje. (Concordo plenamente! Rsrsr)

Naquela época, porém, as mudanças foram muito bem recebidas. Prova disso é o recorde de vendas em 1965: um milhão de unidades, um número que até hoje impressiona e que nunca foi batido por outro modelo.

Assim como o Impala substituiu o Bel Air no topo da linha da Chevrolet, chegou a vez do Impala ser substituído pelo Caprice. Esse foi o primeiro sinal de que o modelo não teria mais o mesmo prestígio dos últimos anos.

No início desse texto havia a pergunta “quais eram as suas principais características e quais os motivos por trás de um desejo tão forte dos americanos por esse carro?” A resposta: a forte personalidade do Impala.

Mas, infelizmente, isso só durou até o final da década de 1960. Com o surgimento de vários segmentos no mercado automotivo dos Estados Unidos, o que incluía carros menores, para combater a concorrência dos europeus, o Impala acabou perdendo sua essência.

Os motores enormes, como o bloco 427 V8, de 425 cv, apareciam num ano e sumiam no outro. A traseira deixou de ser marcante (com as famosas asas-de-gaivota), dando lugar a algo mais comum, com lanternas redondas.

E a tão procurada versão SS foi ficando menos interessante, caindo um pouco nas vendas do Impala 67, e chegando a apenas 2.400 unidades vendidas em 1969.

É claro que o Impala continuava sendo um bom carro e, mesmo nas versões feitas após a década de 1970, continua sendo procurado por alguns colecionadores.

Mas era apenas isso, um bom carro, e não mais o melhor automóvel que os norte-americanos podiam comprar.

A Chevrolet decidiu reestilizar o Impala de 1968 para apresentá-lo na década de 1970. Com essas pequenas mudanças, o modelo ficava cada vez mais sério, numa tentativa de formar uma imagem de luxo, semelhante a um Cadillac.

A motorização apresentava uma novidade interessante com o novo bloco 454 V8, de 7,4 litros, que podia chegar a 390 cv de potência bruta. Algo realmente impressionante, mas que logo acabaria, já que no ano seguinte entrariam em vigor as novas normas de emissão de poluentes.

A linha de motores também contava com opções mais mansas, como o V8 de 265 cv e o seis cilindros de 155 cv.

Mesmo não sendo mais o Impala da década anterior, o modelo continuava oferecendo tudo aquilo que os norte-americanos queriam. Ele era um carro grande e com muito conforto, com itens como ar-condicionado automático, travas elétricas e toca-fitas de cartucho de oito pistas.

Mas aí veio uma mudança que atrapalhou esse cenário.

Em 1972, as normas de emissão de poluentes entraram em vigor, e logo no ano seguinte veio a crise do petróleo. Isso afetou profundamente o Impala, e em vários sentidos.

O primeiro deles era físico. As novas normas exigiam motores menores e mais eficientes: os seis cilindros passavam a oferecer apenas 110 cv, enquanto o enorme 7.4 V8 tinha 270 cv (bem menos do que se imagina para um bloco desse porte).

Consegue imagine arrastar um carro de 5,6 metros (um Ford Fusion tem 4,87 m) e quase duas toneladas com apenas 110 cv?

Outro ponto estava relacionado a como a crise do petróleo afetou o público. Se antes ninguém questionava a compra de “barcas” com motores tão grandes, esse novo cenário mudou a mentalidade de muitos.

De repente não fazia sentido ter um carro desse porte para levar apenas uma pessoa, ou ter que gastar tanto com combustível.

Isso levou à procura de carros menores e mais eficientes, com motores de quatro cilindros, algo bem diferente do que era oferecido pelo Impala. Ou seja, uma mudança drástica precisava ser feita, e ela tinha que vir logo.

Essa mudança forçada chegou com o lançamento do Impala 1977, um modelo bem diferente dos anteriores. Por fora, ele tinha ficado menor (tanto no comprimento, quanto na largura) e mais alto. Seu peso também foi reduzido em 300 kg.

Apesar disso, os ocupantes teriam mais espaço no interior, e o motorista logo iria sentir que o Impala estava melhor em sua dirigibilidade. Se algum engenheiro da Chevrolet ficou em dúvida sobre abolir os motores de bloco grande, essa dúvida logo acabou.

As vendas não eram as mesmas de anos anteriores, especialmente quando lembramos do recorde de 1965. Mesmo assim, o “novo” Impala foi muito bem aceito pelo público, sendo eleito o carro do ano por publicações especializadas e totalizando um milhão de unidades comercializadas entre 1977 e 1981.

Isso foi o suficiente para dar um novo ânimo ao Impala, mas não por muito tempo. Muitos sentiam falta de suas características iniciais, e suas vendas passaram a cair novamente.

Mesmo com uma leve reestilização no começo dos anos 1980, o Impala saiu de linha em 1985, ficando o Caprice em seu lugar.

No tempo que o Impala estava fora de linha, a Chevrolet lançou um Caprice totalmente novo, em 1991. Uma das versões do modelo era a perua, que apesar de priorizar a praticidade, acabou sendo alvo de algumas modificações.

Em 1994, o Impala retorna. E nada nesse novo Impala lembrava os modelos antigos, com exceção do nome.

O motor era um 5.7 V8, de 260 cv e 45,5 kgfm de torque, associado a uma transmissão automática de quatro velocidades. Sua aceleração de 0 a 100 km/h era feita em 7 segundos e a velocidade máxima era de 229 km/h.

O Impala continuou por apenas alguns anos. Em dezembro de 1996 o último modelo saiu das linhas de produção, que agora se concentrariam nos mais requisitados e rentáveis SUVs.

Muitos consideram a descontinuação de 1996 como o verdadeiro adeus do Impala. É verdade que o modelo voltou em 2000, mas isso foi só no nome, já que o carro em si nada tinha a ver com as gerações anteriores.

O “novo” Impala chegava com tração dianteira e duas opções de motorização, 3.4 e 3.8, ambas V6.

Em 2004, a marca trouxe mais uma vez o Impala SS, que tinha motor 3.8 V6 de 240 cv. Uma versão especial, chamada Impala Indy SS, também foi oferecida, tendo apenas 4.088 unidades produzidas.

Em 2006 chegou ao mercado a nona geração do Impala, apresentada no Salão de Los Angeles. Com uma nova plataforma, o modelo chegava com vários motores V6, entre 3,5 e 3,9 litros, além de um 5.3 V8 para o esportivo SS.

O modelo atual vendido nos Estados Unidos é o Impala em sua décima geração, que chegou em 2013 (já como modelo 2014). Com o atual estilo da marca, o Impala agradou e ganhou vários prêmios, incluindo ótimas notas nas revistas especializadas americanas.

Os motores ficaram menores e eficientes, com opções 2.4, 2.5 e 3.6 V6, sempre associados a uma transmissão automática de seis velocidades. A potência varia entre 182 cv e 305 cv.

Nossa, como este modelo é familiar aqui para nós, brasileiros! Claro é a Chevrolet padronizando suas linhas atuais (Onix, Prisma, Cruze…) A expectativa é que o Impala continue sendo vendido e chegue numa nova geração em 2020.

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