Marvel Fresh Start – Como Cebulski salvou a Marvel

Olá popnautas de plantão, voltei para mais uma coluna no seu site de cultura pop preferido. E hoje falaremos sobre o salvador da Marvel, o atual editor chefe C.B. Cebulski.

A Marvel pós-Guerras Secretas foi quase um reboot de seu universo regular, incluindo restos do universo Ultimate em sua linha temporal mas, diferentemente da Distinta Concorrência (cof cof New 52 cof cof), não apagou seu passado e nem mudou as características dos personagens,  considerando que seria mais fácil substituí-los. Os Vingadores, por exemplo, eram formados pela Thor Jane Foster, Visão, Capitão Falcão, Miles Morales (o Aranha Ultimate), Kamala Khan, Nova (Samuel Alexander, filho de um soldado Nova), capitaneados pelo Homem de Ferro, que logo entraria em coma e seria substituído pela Riri Willians.

As outras linhas de frente da Marvel também não vinham bem. Bendis já não tinha o fôlego de Vingadores, como X-Men e Guardiões da Galáxia mostravam, mas assumiu a mensal do Homem de Ferro e escreveu a fraquíssima Guerra Civil II. X-Men e Quarteto Fantástico eram relegados a último segundo plano para não dar munição para a FOX estragar em mais um filme ruim (e, graças a ODIN, os direitos hoje são da Marvel Studios) e Spencer e seu Capitão Hydra pioravam a situação toda. Isso sem falar de Inumanos e os heróis urbanos do universo Marvel, principalmente Demolidor, que sofria nas mãos de Soule juntamente com os habitantes da área azul da lua. Além, claro, de Amadeus Cho, que substituiu o Hulk.

Mas nem tudo era tão catastrófico como fiz parecer no parágrafo anterior. Jason Aaron continuava a boa forma na linha do Thor e mudava o status quo da magia em Doutor Estranho. Gerry Duggan, em Fabulosos Vingadores, finalizou o arco de histórias que Rick Remender começou lá atrás em X-Force, Al Ewing com U.S.Avengers, Slott e Zdarsky no Aranha e um certo escritor em ascensão, chamado Tom Taylor, magistralmente nos presenteava com a melhor série de Wolverine dos últimos anos, com Laura Kinney (sim, a X-23) assumindo o manto e a tendo a melhor sidekick da Marvel, a simpática Gabby (Honey-Badger) e seu wolverine (sim, o animal) de estimação.

Mas em novembro de 2017, C.B. Cebulski (nosso gordinho favorito), assumiu como Editor Chefe da Marvel no lugar de Axel Alonso, que já estava no cargo desde janeiro de 2011, quando substituiu o contestado Joe Quesada. Como de praxe, era necessário o famoso “relaunch”, quase anual, da editora (como o Marvel Now e All New Marvel Now). Foi aí que surgiu o Marvel Legacy e veio a, por enquanto, melhor fase da editora nesse passado recente: Marvel Fresh Start.

Cebulski deu novos ares à Casa das Ideias após o horroroso Império Secreto. Contratou o então “novato” Donny Cates, para dar sequência ao Doutor Estranho de Aaron e um novo começo ao Venom. Cates também criou o sucesso instantâneo chamado Motoqueiro Fantasma Cósmico, um Frank Castle velho de um futuro distópico que vira o Espírito da Vingança. Deu espaço aos mais novos da casa como Matthew Rosenberg, que ficou a cargo do Justiceiro e se juntou a Kelly Thompson e Ed Brisson para arrumar o lado dos mutantes, além de Chip Zdarsky, que ficou responsável por preparar o terreno para a volta da primeira família de super-heróis em Marvel Two-In-One, além da continuação do excelente arco em Peter Parker – The Spectacular Spider-Man. Chip também foi incumbido do novo título dos Invasores e de recuperar o Demolidor após o estrago feito pelo Charles Soule.

Escritores mais tarimbados continuaram seu bom trabalho. Waid, Ewing e Zub deram o “start” com o excelente Vingadores: Sem Rendição, arrumando a casa para Jason Aaron, que além de seguir com Thor para seu desfecho com a vindoura Guerra dos Reinos, se tornou o “arquiteto” da Marvel e reuniu os heróis mais poderosos da terra com uma equipe mais tradicional, contando com Capitão América Steve Rogers, Tony Stark Homem de Ferro, Thor Odinson, Mulher-Hulk, Capitã Marvel, Doutor Estranho, Pantera Negra e o Motorista Fantasma Robbie Reyes, todos unidos por uma ameaça arquitetada por ninguém menos que Loki, referenciando o começo dos Vingadores lá em 1963.

Slott terminou sua ótima passagem em Homem-Aranha e foi lhe dada a missão da volta do Quarteto Fantástico e do Tony Stark. Spencer está trazendo um Aranha mais voltado às origens, com direito a namoro com a MJ e falta de dinheiro. Mark Waid escreve Doutor Estranho e sua busca por novos meios de magia, já que as conhecidas haviam sido extintas. Gerry Duggan fecha seu arco nos Guardiões da Galáxia com Guerras Infinitas e parte para Savage Avengers. Al Ewing revive Bruce Banner e seu drama com Hulk no aclamado The Immortal Hulk. E Tom Taylor escreve um segundo título do teioso, o espetacular Friendly Neighborhood Spider-Man, além da belíssima X-Men Red (cujo lançamento no Brasil foi comentado no terceiro episódio do Drops do Kuk! [https://youtu.be/XCINopHgq_U]). Há também as HQ’s para quem se identificou com os personagens novos, como Ironheart, Miles Morales Spider-Man, Magnificent Ms. Marvel e Champions.

Cebulski também convocou novos artistas, os chamados Young Guns, para reforçar o já brilhante time de estrelas da Marvel: Javier Garron, Russel Dauterman, Mike Del Mundo, Pepe Larraz, Marco Checchetto, Ryan Ottley, Patrick Gleason e Aaron Kuder.

Posso dizer que é uma excelente época para acompanhar a Marvel, True Believers! Se você deseja voltar, dê uma chance aos títulos aqui citados ou se aventure em outros que não estão listados no artigo. Marvel Fresh Start começou a ser publicada no primeiro semestre de 2018 no Estados Unidos e no segundo semestre de 2019 aqui no Brasil, ou seja, ainda há tempo para correr atrás, tanto na “gringa” quanto por aqui.

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Matheus Porks

Matheus Porks, cavaleiro da constelação da nostalgia, sonhando em morar nos anos 80/90 ou apenas ganhar na Mega Sena.

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