Ouvimos ECDYSIS – O Novo Álbum do Infected Rain!

Ouvimos ECDYSIS – O Novo Álbum do Infected Rain: Ano novo – música nova! Mas não é qualquer música, popbangers. O que temos “em mãos” (se é que alguém ainda compra mídia física, mas você pode acessar em sua plataforma de streaming favorita) é o próximo passo de uma das bandas mais excitantes da atualidade. O Infected Rain tem, a cada lançamento, mostrado bastante equilíbrio entre o sol mais brutal e o técnico, sem abrir mão de peso, velocidade e, principalmente, qualidade.

Aliás, essa é a palavra-chave aqui. Tudo neste álbum exala qualidade. A produção é cristalina e nos permite ouvir cada nota com a mesma precisão que é executada. Desnecessário destacar o brilhante trabalho da vocalista Lena Scissorhands – talvez a única capaz de rivalizar com Tatiana Shmailyuk, do Jinjer, atualmente. O disco vai do djent ao death metal, do prog ao metalcore, usando sintetizadores, vocais limpos e, claro, agressividade – alternando com momentos de melodia e até uma certa… doçura?

O disco abre com o primeiro single, “Postmortem Pt. 1”. Não tem como ficar indiferente ao riff de guitarra e às diversas camadas sonoras da faixa. A química entre os músicos é muito precisa e cada parte da música funciona com uma coesão impressionante. O Infected Rain tem quase 15 anos de carreira e esse é seu quinto álbum, o que indica a maturidade que eles atingiram! “Fighter” é outra excelente faixa, muito pesada e que chama a atenção por outro detalhe: as letras. Todo o álbum tem composições muito fortes e, em “Fighter”, Lena soa ainda mais impressionante esmurrando palavras de violência intercaladas com pequenas carícias. É pra ouvir sem se cansar.

“Longing” vem em seguida, destilando a mesma fórmula com passagens rápidas, em que os vocais de Lena soam de maneira quase etérea, onírica, flutuando sobre um instrumental tão variado quanto. Em “Goodbye”, temos um clima mais dramático, ainda mais no instrumental do que nos vocais – mas o grito de introdução é um dos pontos altos do álbum! Novamente, aquela sensação de uma banda compondo de maneira coesa nos atinge, com uma faixa que tem todos os elementos característicos da banda no lugar certo!

Em seguida temos a participação especial de Heidi Shepherd, do Butcher Babies, na faixa “The Realm of Chaos”. Velhos conhecidos do Infected Rain, tendo excursionado juntos no passado, é apenas natural que as duas bandas colaborem – e o que já era pesado fica ainda mais devastador! “Everlasting Lethargy” tem uma dura missão, que é manter o nível alto e o interesse pelo álbum, mas não é que ela dá conta? Que porrada! “These Walls” e “Showers” repetem a fórmula, sem serem cansativas. Pelo contrário, há tanto que a banda consegue explorar a cada música que, mesmo sem sair do estilo, acaba surpreendendo. É claro que, quando falamos no “estilo” do Infected Rain, precisamos estar preparados pra um caldeirão musical que flerta com o sinfônico, o pop, psytrance e o hardcore. Chega a ser absurdo que essa salada de estilos funcione de maneira tão homogênea e natural, sem parecer que a banda está simplesmente atirando pra todo lado. Não, meus amigos popbangers: eles sabem exatamente o que estão fazendo. O que faz a diferença é terem mais recursos para isso do que a maioria das bandas que andam por aí.

Chegamos, então, a uma das músicas que mais me surpreendeu no álbum: “November”, com alguns dos mais belos vocais de Lena, possui momentos que são quase ternos. A letra parece tratar das angústias de se estar em turnê, mas motivada principalmente pelo fato de não poder excursionar – um paradoxo, com o tempo passando (“outro ano, outro novembro”) enquanto precisamos lidar com as consequências de nossas ações durante essa longa quarentena (“sentindo culpa por escolher isso ao invés daquilo”). Curiosamente, tenho visto essa faixa ser bastante criticada, mas eu adorei.

A reta final do álbum, com “Never the Same”, “Nine, Ten” e “Postmortem Pt. 2” vai além de cumprir tabela. Elas se conectam com bastante peso e qualidade, completando o círculo da abertura do álbum de maneira brilhante.

O Infected Rain é uma força criativa poderosa, com uma das vocalistas mais talentosas e carismáticas da atualidade. Mas não se engane: as guitarras fazem um trabalho impressionante e a cozinha, pra acompanhar esse rolo compressor sonoro, não pode ser nada menos que impecável. O ano mal começou mas já temos um sério candidato a melhor álbum de 2022 e, se você ainda não conhece Infected Rain, “Ecdysis” é uma excelente porta de entrada!

Lena Scissorhands – vocal
Vidick Ojog – guitarra
Vladimir Babici – baixo
Serghei Babici – guitarra
Eugen Voluta – bateria

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Raul Kuk o Mago Supremo

Raul Kuk - o Mago Supremo. Pai de uma Khaleesi, tutor de uma bruxa em corpo de gata.

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