Review do RennXXX – Handsome – Self Titled

Review do RennXXX – Handsome – Self Titled: Olá, amigos do Popsfera! Na coluna de hoje temos um supergrupo norte americano que teve um curto período de atividade, mas que nos brindou com um disco dos mais interessantes e reais da música alternativa.

O Handsome foi um projeto criado em 1995 na cidade de Nova Iorque pelo vocalista Jeremy Chatelain (Jets to Brazil/Helmet), guitarristas Peter Mengede (Helmet) e Tom Capone (Quicksand), baixista Eddie Nappi e o baterista Pete Hines (Cro-Mags/Murphy’s Law) juntando toda a bagagem musical dessas bandas com outros elementos de metal alternativo e post hardcore noventista, criando uma forte identidade na música alternativa da época que era muito atuante e relevante nas programações de rádio americanas nos anos 90.

Review do RennXXX - Handsome - Self Titled
Handsome em 1997

Na época a banda teve um bom destaque em excursionar com nomes de peso no cenário musical como Silverchair e Wu-Tang Clan, além Voodoo Glow Skulls e Less Than Jake, bandas das mais conhecidas no segmento skacore.    

A banda é sensacional e funciona muito bem no seu disco de estreia – que por sinal leva o mesmo título da banda – e foi lançado em fevereiro de 1997 pelo selo Sony/Epic, tendo saído apenas em CD e em 2013 “Self Titled” em vinil limitado (bem difícil de ser achado ultimamente).  O disco recebeu diversos reviews positivos na sua estreia, sendo citada pela Allmusic como “uma banda que entrega um material complexo e interessante” e que irá satisfazer pessoas que estão procurando um “inteligível hardcore alternativo”. 

Review do RennXXX - Handsome - Self Titled
Capa do disco Handsome – Self Titled

O disco começa com “Needles” que ganhou um clipe muito bacana. Aqui os riffs muito frenéticos conhecidos pelos fãs de Helmet executados por Mengede são elevados à enésima potência pelo também frenético Capone e são o grande destaque da faixa.

A segunda faixa “Ride Down” segue o caminho trilhado pela anterior, com um vocal melódico muito bem executado por Chatelain. A canção tem um dos refrões mais memoráveis do disco com o grudento “The air up here (ride down), feels so far out (ride down)”.

Em “Going to Panic”, o metal alternativo tão característico dos anos 90 ataca de maneira certeira, uma das músicas mais violentas do disco. Fãs de bandas como “Pantera” e “Faith no More” vão com certeza apreciar essa canção.

A quarta canção é “Left of Heaven”, uma das mais melódicas do disco; uma “balada” no melhor estilo post hardcore noventista, mostrando que os caras do Handsome também executam com maestria outros caminhos e influências.

Em “Thrown Away” temos um retorno aos riffs de guitarra agressivos e batera pesada que recorda o Nu Metal executado no fim dos anos 90 e anos 2000, nas suas devidas proporções. Destaque para essa canção que é muito bem executada e um dos pontos altos do disco.

“Dim The Lights” continua com a alternância entre canções pesadas e melódicas, se destacando pelo ótimo arranjo e refrão certeiro. Com certeza “Dim the lights we said,
‘Cause I don’t wanna see what’s become of me
” vai ecoar na sua mente por um bom tempo, ela é uma das minhas favoritas do disco.

Chegamos na segunda metade do disco (famoso lado B) com “Lead Bellied”, sétima canção do álbum. A canção é tão poderosa quanto “Needles” que abre o disco, uma faixa sólida com boa linha de baixo e bateria muito bem executada.

O álbum prossegue com “My Mind’s Eye”, minha favorita do disco. Aqui temos uma intro diferente das demais canções do disco, mas o que fica é o sensacional refrão extremamente agressivo em uma canção com todos os elementos da banda; peso, riffs de guitarra bem executados e vocal pontualmente melódico e agressivo quando necessário.

A nona canção é “Waiting”, uma das mais famosas da banda que ganhou um compacto 7 polegadas com “Needles” antes do disco completo ser lançado. Com certeza é uma das mais importantes composições da banda e totalmente imperdível, canção que tem uma grande influência do hardcore melódico que estava em alta na época.

Em “Quiet Liar” uma canção de destoa um pouco das demais, com um ritmo bem mais devagar e mais melódica que as demais. A letra é extremamente pessoal e depressiva, indo de encontro com a instrumental. É uma canção que pode dividir gostos, mas que considero muito pontual e importante no disco.

A penúltima do disco se chama “Eden Complex” que tem um trabalho instrumental bacana, uma canção bem pouco reta que em alguns momentos recordam clássicas bandas de post hardcore como “Drive Like Jehu” e “Unwound”.

O disco se encerra com “Swimming”, que também ganhou um compacto 7 polegadas com a música “Can’t Connect” que não está presente no disco. E não poderia terminar melhor, fechando com chave de ouro essa obra um tanto quanto desconhecida pelo público em geral.

Em Handsome “Self Titled”, uma banda que foi criada com membros experientes de bandas de grande impacto na cena independente conseguem fazer juntos um disco à “prova de balas” com músicas excepcionais e um dinamismo entre as faixas que fazem com que a banda esteja em outro patamar. Infelizmente fica o desejo de mais material da banda, que encerrou as atividades em 1998.

O grande triunfo de “Self Titled” é agradar “gregos e troianos”, sendo um disco bem aceito pela galera ligada ao hardcore, ao metal e ao rock alternativo.

Nota: 9,5/10

Você pode ouvir esse álbum nas seguintes plataformas:

Spotify : https://open.spotify.com/album/4Erk4K1hOnmQbfamo4xgid

Deezer: https://www.deezer.com/br/album/114683

Clipe de Needles: https://www.youtube.com/watch?v=YgX-HKXTb-M

Espero que tenham curtido o disco e em breve, mais um disco comentado! PMA! O que acharam das novidades da matéria Review do RennXXX – Handsome – Self Titled? Deixe seu comentário!

Avalie a matéria

Renan Rennxxx

Fã incondicional de quadrinhos dos anos 90 (maior década), colecionador de quadrinhos, LPs e Straight Edge desde 1987. Gibis no acrílico, pizza e Anaheim Ducks são outras paixões. PMA sempre!

Siga-me no Twitter