STAR WARS – Episódio V: O Império Contra-Ataca

O Império Contra-Ataca (Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back, 1980) veio atender à necessidade de sequência de Star Wars (de 1977). Dirigido por Irvin Kershner e escrito por Leigh Brackett e Lawrence Kasdan (esse último retornaria em O Retorno de Jedi e escreveria o malfadado Han Solo e também o The Force Awakens, numa galáxia muito, muito distante, 35 anos depois) com base na história de George Lucas que, devido ao sucesso do primeiro filme, decidiu bancar a produção da sequência do próprio bolso.

Resenha | O Império Contra-Ataca
Sabres de luz!

Em um mundo sem internet, a espera de 3 anos pela sequência gerou nos fãs uma grande expectativa. E qual foi a surpresa ao se depararem com um filme muito mais sombrio e com o enfoque em explorar de maneira muito mais densa os personagens. Aqui somos realmente apresentados à Força, e vemos de fato como age o poder dos Jedi.

O pessimismo permeia o filme pois o triunfo contra a Estrela da Morte do primeiro longa, situado três anos antes, em pouca coisa abalou o Império, que continua sua caçada aos Rebeldes. Já logo de início acontece a primeira derrota em Hoth e assim se seguem os fracassos dos heróis.

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Dromedários gigantes de metal

Essa particularidade do roteiro retrata bem a proposta de ser um filme de perseguição, onde os incidentes e obstáculos da história são encontrados pelos personagens ao longo da jornada, seja por um defeito no sistema da Millennium Falcon, uma gigantesca criatura espacial ou a entrada de caçadores de recompensa na história – apresentando ao mundo o adorado mandaloriano Boba Fett (Sim, pois o especial de Natal – Star Wars Christmas Special, de 1978, quase ninguém viu e falaremos dele aqui no Popsfera).

Antes de baby Yoda

Vale salientar que, até então, quase a totalidade das continuações seguiam o mesmo modelo do filme original. O Império Contra-Ataca mudou essa premissa trazendo um tom de ação que superou em muitos momentos Uma Nova Esperança, assim como também incluiu um aprofundamento muito maior aos personagens. Vader, Luke, Han, Leia, R2D2, C3PO e sua relação pouco amigável com Han Solo, são os motivos que tornam este filme especial para tantas pessoas que o classificam como a melhor obra da saga: suas lutas, seus segredos, seus medos, tudo dosado de forma linear e progressiva como numa “tragédia grega”.

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A beleza da Milennium Falcon
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Me carregar deve você

O filme nos traz Luke como o herói que procura aprender os conceitos da Força e a natureza do Lado Sombrio no estranho planeta pântano de Dagobah, sob a tutela de Mestre Yoda, que com sua fala invertida e humor extremamente volátil, torna-se imediatamente inesquecível. Luke é uma figura muito mais complexa aqui, confuso e impaciente, e com o fardo de estar sendo atraído pelo Lado Sombrio da Força, sendo esse um dos fatores mais importantes de toda a franquia. A cena da caverna é formidável, plantando a semente da revelação vindoura na batalha contra Vader.

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Luke… I am your…

E esse é um dos principais motivos pelo qual a ordem correta de se assistir Star Wars é do IV ao VI, depois podemos conferir do I ao III, e então do VII ao vindouro IX, já que o impacto da revelação é perdido se acompanharmos a trajetória de Anakin do princípio. Dessa forma você acompanha a uma reviravolta que muda todo o curso da história. Aliás, aqui finalmente podemos ver todo o potencial de Darth Vader como vilão sendo bem usado. Paralelamente à fuga dos Rebeldes, acompanhamos os momentos de membros da infantaria imperial interagindo dentro de poderosos cruzadores espaciais, e é divertido como praticamente todos os oficiais e soldados tem tanto ou mais medo de Vader do que os heróis foragidos.

Sempre que os oficiais falham em alcançar um objetivo, chegamos a temer por eles, já que sabemos que Vader os matará sem dó nem piedade, e o filme é muito eficiente em construir essa aura de ameaça em torno do Lorde Sith.

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Han Solo continua sendo um mercenário, mas aqui conhecemos sua capacidade de realizar sacrifícios e se importar com alguém além de si mesmo, algo bem explorado no romance que inicia com Leia, e ainda traumatiza o espectador ao ser congelado em carbonita num dos momentos mais tristes do filme. Falando em Leia, eis aqui outra personagem que surge um pouco mais vulnerável, humana e ainda assim mantendo-se forte e peça fundamental no universo de Star Wars. Prova disso já temos quando Yoda diz “…another Skywalker there is”, mostrando que ela é realmente irmã de Luke e tem conexão com a Força.

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I love you / I know

A música de O Império Contra- Ataca é um show à parte. O mestre John Williams nos brinda com The Imperial March/Darth Vader’s Theme, um dos temas mais marcantes e conhecidos da história do cinema. Sem contar as outras músicas que nos imergem à aura do filme, ajudando a narrativa de maneira espetacular. Dizem que a marcha imperial foi sonhada por George Lucas num pesadelo e este contou o sonho a Williams, que então compôs essa master piece.

O final inconclusivo do filme deixou os fãs ansiosos e querendo mais. Um dos maiores cliffhangers de todos os tempos antes de existir a internet e Netflix ou qualquer obra que te deixasse mais de um ano esperando a conclusão… eles tiveram que esperar 3 anos para ROTJ fechar com chave de ouro suas expectativas. O frisson foi tanto que a LFL teve que mudar o título provisório de ROTJ para Blue Harvest para enganar os fãs.

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Nos vemos em ROTJ

O Império Contra-Ataca é o ápice da experiência de Star Wars, sendo sem nenhuma dúvida o melhor filme da saga e uma das melhores continuações de todos os tempos.

Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (Star Wars: Episode V – The Empire Strikes Back, EUA – 1980)

Direção: Irvin Kershner
Roteiro: Lawrence Kasdan e Leigh Brackett, argumento de George Lucas
Elenco: Mark Hamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Anthony Daniels, Kenny Baker, Peter Mayhew, Billy Dee Williams, Frank Oz, David Prowse, James Earl Jones, Alec Guiness
Gênero: Aventura, Ficção Científica
Duração: 124 min

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Fabiano Souza

CAPITÃO no meio campo, escreve textos e destrói falsos deuses antes do café da manhã

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