Jiraiya: o incrível ninja que salvou os Metal Heroes!
Jiraiya: o incrível ninja que salvou os Metal Heroes: Olar, Popnautas! Olha nós aqui outra vez, continuando nossa série tokusatsu, hoje falaremos sobre uma série que fez muito sucesso com a garotada no Brasil e no Japão, o incrível ninja Jiraiya!
Mas antes aquele comunicado de utilidade pública, pertinente ao caso:
Querido popnauta ainda imberbe e em uso de fraldas, esse Jiraiya que o bom papai Fader vai resenhar hoje, não é o jiraiya de Naruto, criaturinhas de Deus. Sim, não é, e não reclamem, viu! A questão é que a ideia de ambos os Jiraiyas vem de um conto do folclore japonês, sobre Jiraiya, um “jovem trovão”, na tradução literal, que aprende poderes mágicos da arte do sapo e se envolve em aventuras do barulho no Japão antigo.
Dito isso, vamos ao nosso Metal Hero de hoje. Leia a análise Jiraiya: o incrível ninja que salvou os Metal Heroes:
Em 1988 a Toei estava num dilema com sua linha de Metal Heroes, a audiência vinha caindo, e Metalder, apesar da sua indiscutível qualidade de produção e roteiro, não caiu no gosto do público alvo. A Toei resolveu apelar de vez e usou um tema que é difícil alguém não curtir: NINJAS! (O que é una saída meio que radical, considerando todo o lance de policiais espaciais e tecnologia mecânico/futurista que a linha Metal Hero abordava até então).
E assim, amigos, nasceu nosso mais novo Metal Hero, Sekai Ninja Sen Jiraya (Guerra mundial dos ninjas Jiraiya, numa tradução literal), que passou na mesma TV Asahi no Japão, de janeiro de 1988 a janeiro de 1989. A série foi um sucesso, renovando a franquia, e contabilizando 50 episódios!
Muito do sucesso da franquia (além, claro, de abordar NINJAS) deve-se a mudança de abordagem para atrair de volta a criançada para a tv. Diferente de Metalder, aqui há um foco familiar extremamente importante, a família Yamashi, com o Velho Tetsuzan, Touha e seus dois filhos: Kei e Manabu, dão um clima mais amigável e palatável para os pequenos fãs se apegarem mais facilmente a série.
Mais vamos ao que importa, o enredo.
O jovem Touha Yamaji (Takumi Tsutsui, arroz de festa de eventos, gente finíssima, que daqui a pouco vira brasileiro de tantas vezes que já pisou por essas bandas), fora adotado pelo velho Tetsuzan Yamaji (que é ninja na vida real, com dojo e tudo, acreditem). Tetsuzan era do clã ninja Togakure, onde, junto com seus filhos de sangue, Kei e o Manabu, ensina ninjutsu e protege a metade de uma placa de barro, onde estaria a localização para Pako, o chamado “tesouro do século”. Esse tesouro, trazido para o Japão em épocas remotas, por um alienígena dotado de tecnologia avançada, é cobiçado por muitos, tornando a família Yamashi um foco de ataques dos mais diversos tipos. Foi numa dessas investidas, no passado, que a esposa de Tetsuzan foi morta e metade da inscrição foi roubada pelo seu antigo aliado, e agora inimigo, no maior estilo Darth Vader (e Darkstar também, com cada lado tendo metade do “poder”), Oninin Dokusai, que criou seu próprio clã, a família dos Feiticeiros.
Vida que segue, numa nova investida da família dos Feiticeiros, Tetsuzan é ferido e sua filha, Kei, é sequestrada. Incapaz de ir resgatá-la, o velho, como era “carinhosamente” chamado pelo Touha, entrega ao nosso protagonista os meios para lutar e resgatar sua irmã: a armadura e espadas olímpicas, armas trazidas pelo mesmo visitante espacial, e dotadas de grande poder
Aqui cabe um rápido adendo: você, jovem popnauta, se pergunta: que diabos a espada se chamava de olímpica se ela remota a uma cultura alienígena que caiu no oriente? Sábia pergunta, jovem gafanhoto! E papai Fader explica: Isso foi invenção do ocidente. Era 1988, havia as Olimpíadas de Seul, na Coreia, então juntaram tudo num bolo só, viram que ninja é acrobático e dá piruetas, e meteram olimpíadas no nome. Sensacional, não? A tradução literal seria algo do tipo “espada da luz celestial”, o que, de certa maneira, lembra vagamente o símbolo da chama olímpica.
A espada olímpica era poderosa, poderia se transformar numa espada laser, e matar seus inimigos “não lhe perdôo! Espada olímpica! Golpe frontal!” E assim ia o inimigo da semana! Além do velho Tetsuzan, seus irmãos adotivos, Kei e Manabu, serviam como um ótimo elenco de apoio para Touha. Kei como a jovem adolescente, dividida entre curtir a vida e ser ninja (sim, ela tinha uma armadura e tudo, estilo a do Jiraiya, só que branca) e Manabu, alívio cômico da série, metendo-se sempre em altas confusões! Fato curioso: Manabu estrearia mais tarde, já na decada de 90, em outro seriado japonês, um tal de Zyuranger, no qual Takumi Hashimoto interpretou o ranger amarelo. Bom, essa série japonesa foi a base de Power Rangers, amigos, e Manabu, no ocidente, acabou virando uma mulher, Trini.
Além desse ótimo elenco de apoio familiar, Jiraya teria outros aliados ao longo da série, como Rei Yagyū, agente do serviço secreto japonês, que também seria uma descendente distante do alienígena que trouxe Pako, assim como o Touha. Dr Smith, cientista americano, fugido do governo devido ao desejo do mesmo de usar seus conhecimentos para projetos bélicos, esse cientista tem papel importante durante a série, forjando apetrechos de aprimoramento para a armadura do Jiraya (as famosas ombreiras e visor, que dão um visual mais Metal Hero clássico para o herói), além de bolar um carro com apetrechos estilo 007 para o herói, o Black Storm.
Já quanto aos inimigos, a lista é grande! O desejo por Pako atraiu a atenção de muitas pessoas, a começar pelo antigo aliado de Tetsuzan, Oninin Dokusai, e seu perigoso clã, a família dos Feiticeiros. Dokusai era o antagonista principal da série, usando uma amedrontadora máscara Oni, foi um adversário difícil de ser combatido, sendo vencido apenas no derradeiro capítulo da série. Poderoso, soltava raios pelas mãos, era capaz de magias ilusórias, e extremamente versado em técnicas de luta. Já o mesmo não podemos dizer de sua herdeira, Chounin Benikiba, essa era uma ninja “mais ou menos”, era boa apenas na arte dos disfarces, e só. O que ela queria mesmo era ouro e jóias, na hora de lutar complicava. Quem a salvava era o filho adotivo de Dokusai, Retsuga, que detinha poderes com fogo, usava arco e flecha e uma estrela enorme na testa para ataques. Temos também a poderosa maga Aracnin Morgana, uma necromante com poderes de metamorfose (podia virar uma aranha), havia sido derrotada no passado pelo Velho Tetsuzan, mas voltou a vida para atazanar o clã Togakure, a atriz Machiko Soga é bem conhecida no universo tokusatsu e também no ocidente, ela participou também de Zyuranger como a bruxa Bandora, suas atuações foram aproveitadas no ocidente, e acabou apenas sendo dublada, aqui ela virou a vilã queridinha dos Power Rangers, Rita Repulsa.
Até com o passado remoto o clã Togakure teve que lidar, que voltou para assombrá-los na pele do perigosíssimo alienígena Dell Star, inimigo jurado do alienígena que trouxe Pako para a Terra, fora preso por ele numa caverna há 2.300 anos atrás, (imagina a raiva do cara por causa disso, só imagina). Vindo do planeta das trevas (que nome simpático e convidativo, não?) tinha uma gama absurda de poderes, podendo até ler mentes. Jiraiya suou para derrotá-lo, tendo que usar o máximo de suas habilidades até então.
Não bastando essa leva toda de inimigos, ainda havia os ninjas espalhados pelo mundo, que também queriam acesso ao tesouro do século, os assim chamados “Império dos Ninjas”. Tinha ninja de todo canto: americano, inglês, turco, israelense e até português! Sim, tinha ninja Português na série! O grande Beni Lagarto, colecionador de espadas e transmorfo, tentou pegar a espada olímpica para si, mas percebeu que não conseguiria usá-la, pois só um descendente de Pako poderia clamar pelos seus poderes.
E assim, com muitas lutas, piruetas, explosões na pedreira da Toei, a série se tornou um sucesso, com direito a final apoteótico, com luta entre um Dokusai gigante e um mecha ninja (o Deus Jirai, protetor de Pako, sob o controle de Jiraya que se fundia em seu cerne – eu sei, os caras exageraram um pouquinho no final, mas, no fundo, foi massa!) Após derrotar Dokusai, Jiraiya entrega a espada olímpica ao Deus Jirai, o mecha gigante, para que ele se lançasse ao espaço, e impedisse a destruição da Terra pela estrela das trevas (o final realmente foi apoteótico, amigos, um pouquinho além da luta básica de ninjas). Salvo a Terra, tudo termina bem, e os Yamashi seguem felizes e sorridentes no caminho do ninjutsu.
Pois bem, amigos, essa foi a série, que embora desviou de certos conceitos originais dos Metal Heroes, conseguiu salvar a franquia da estagnação, sendo sucesso tanto no oriente quanto no ocidente. A série quase ganhou uma segunda temporada. Mas ai aconteceu um sucesso chamado Robocop, e a Toei, velha de guerra, resolveu capitalizar no assunto com um novo Metal Hero chamado Jiban. Mas isso é assunto para outra resenha! Tchau, se cuidem, e não se metam em confusões como o Manabu!
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