Batman – Three Jokers #2 – A Trama Se Complica
Batman – Three Jokers #2 – A Trama Se Complica: Quando falei da primeira edição da mini-série Batman – Three Jokers, no mês passado (que você pode conferir neste link caso não tenha lido), não pude deixar de elogiar a arte assombrosamente espetacular de Jason Fabok. Talvez seja a única coisa realmente positiva que tenho pra falar da segunda edição.
O Trem Descarrilhou
Depois do brutal assassinato do Coringa (ou de um deles, pelo menos), Jason Todd começou a seguir pistas que o levassem ao(s) outro(s). A passagem de tempo na história não é clara – temos os Coringas que sobraram planejando, temos Batman ajudando a polícia numa cena de crime quando a Batgirl chega e o Capuz Vermelho interrogando bandidos. Todos esses eventos paralelos parecem ocorrer num intervalo de poucos minutos: Batgirl precisou colocar Batman à par do crime de Jason, discutir o comportamento do ex-Robin e descobrir pra onde ele foi enquanto, ao mesmo tempo, ele interroga bandidos pra chegar até o esconderijo. Não parece encaixar.
De qualquer forma, eles encontram o esconderijo (na verdade, a grande armadilha). Jason é capturado, espancado, humilhado e torturado psicologicamente; Batman e Batgirl enfrentam uma legião de infectados pelo gás do Coringa. Os dois Coringas deixam um atormentado Jason Todd pra trás e vão atrás de outra vítima.
Mas Por Que Isso É Ruim?
Da mesma maneira que, na primeira edição, Batman estava investigando três crimes cometidos pelo Coringa ao mesmo tempo, em lugares diferentes, dessa vez ele investiga uma cena do crime com impressões digitais de… Joe Chill! O assassino dos pais de Bruce Wayne! O problema é que Chill está no hospital da prisão, com câncer terminal e tem poucos meses de vida.
Os Coringas dão a entender que tentaram uma espécie de “terapia” para transformar Jason Todd no Coringa, que não deu certo. Então eles vão atrás de Joe Chill para tentar o mesmo com ele! Honestamente, se o Coringa for essa “ideia”, esse “conceito” que passa de uma pessoa pra outra através da loucura e do terror psicológico do próprio Coringa, teremos uma quebra muito grande na mitologia do Cavaleiro das Trevas. Seu maior inimigo pode ter sido muitos outros homens ao longo dos anos, possuídos por uma “entidade da loucura”, um totem de tudo que o Coringa representa – mas não é.
Ele não é uma “pessoa” – as pessoas são apenas avatares pra ele. Esse é o rumo que a história pareceu tomar até aqui e, claro, talvez eu esteja enganado. O que temos como certeza é que vai ser bem difícil fugir de um dos dois clichês: o primeiro, o Coringa possessão; o segundo, Coringas de realidades paralelas tentando se realinhar.
Pra não falar da repetição dos diálogos sobre como Batman se sentiu com a morte de Jason, como Jason se sentiu quando voltou e porque ele passou a usar o codinome que antes pertencia ao Coringa.
Mas Foi Só Erro?
Não. Tem seus acertos. As primeiras páginas com a “família Coringa” possuem uma atmosfera aterrorizante – e a explicação pra essa cena onírica é, ao mesmo tempo, decepcionante e genial. A arte de Jason Fabok é de encher os olhos, cada página mais espetacular que a anterior – estaria MUITO melhor se não precisasse fingir que é um gibi do Alan Moore (mas a culpa aqui é do roteiro de Geoff Johns), como na parte em que o Capuz Vermelho quebra uma corrente e os elos caem no chão formando um smiley.
Não resta dúvida de que o clima da história realmente condiz com o Coringa e com os três personagens que ele mais machucou ao longo de oito décadas de publicação. Mas a Bárbara Gordon, de bússola moral, virou uma chata do caralho, Jason Todd de sangue nos olhos passou a um chorão mimizento e o Batman… Bem, Batman está bem apagado nessa parte da história.
Não vamos ignorar um detalhe bem interessante: quando Jason Todd está sendo confrontado pelo Coringa, o jovem enxerga apenas um. Quando sua visão é encoberta, vemos – do ponto de vista de leitor – que há dois Coringas falando com ele. As primeiras páginas podem nos levar a pensar que há um grande conflito acontecendo na cabeça do palhaço, mas não explica como o Capuz Vermelho foi capaz de matar um deles.
Resta esperar pelo grand finale no mês que vem, torcendo pra que a coisa não descambe pra uma solução óbvia e fácil embalada na bela arte de Fabok. O artista, sem dúvida, merece mais do que foi apresentado no segundo número e Geoff Johns, a despeito das preocupações que ele tem “fora das quatro linhas”, precisa mostrar serviço.
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